Ex-presidente foi interrogado como réu pela 1ª vez em processo da Lava
Jato sobre triplex.
Por
G1
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Lula anda entre correligionários após descer do carro e antes de entrar no prédio da Justiça Federal para depor a Moro (Foto: Nacho Doce/Reuters) |
Terminou após
quase 5 horas o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao
juiz Sérgio Moro,
responsável pelas ações da operação Lava Jato na primeira instância. O
interrogatório começou às 14h18 e terminou por volta das 19h10. O petista foi ouvido como réu pela
primeira vez no processo sobre o triplex no Guarujá (SP).
Com o
depoimento, o processo chega à sua reta final. A partir de agora, o Ministério
Público Federal (MPF) e as defesas poderão pedir as últimas diligências. Caso
isso não ocorra, o juiz determinará os prazos para que as partes apresentem as
alegações finais. Em seguida, os autos voltam para Moro, que vai definir a
sentença, podendo condenar ou absolver os réus. Não há prazo para que a
sentença seja publicada.
Lula
desembarcou no aeroporto Afonso Pena, em Curitiba,
por volta das 10h, em um avião particular que partiu de São Paulo. Em seguida,
ele foi para um escritório de advocacia, no bairro Boa Vista. De lá, saiu em
direção à sede da Justiça Federal, onde chegou às 13h45 – 15 minutos antes do
horário previsto para o início da audiência. Ele deixou o prédio logo após o
interrogatório.
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Veja o momento em que o ex-presidente Lula deixa a Justiça Federal |
Atos pró e contra Lula
Curitiba foi
palco de manifestações contra e a favor do ex-presidente ao logo do dia. Por
questões de segurança, os grupos foram separados. Os contrários a Lula fizeram
um ato perto do Museu Oscar Niemeyer, no Centro Cívico, que terminou por volta
das 19h. Os apoiadores do petista ficaram na Praça Santos Andrade, para onde
Lula se dirigiu logo após o interrogatório. A ex-presidente Dilma Rousseff
também está no ato. Chegaram a Curitiba 128 ônibus com manifestantes – cerca de
6 mil.
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Ex-presidente Lula chega a ato na praça Santos Andrade em Curitiba |
Um forte
esquema de segurança foi montado no entorno da Justiça Federal, no bairro Ahú.
Cerca de 1,7 mil policiais militares atuam na segurança de toda a cidade nesta
quarta, segundo a Secretaria da Segurança Pública do Paraná. Ao todo, são cerca
de 3 mil profissionais de segurança pública (das esferas municipal, estadual e
federal).
A Justiça do
Paraná proibiu acampamentos na cidade e também restringiu a circulação de
carros e pedestres na região do prédio.
O processo
Lula é acusado
de receber R$ 3,7 milhões em propina, de forma dissimulada, da empreiteira OAS.
Em troca, ela seria beneficiada em contratos com a Petrobras. Segundo o
Ministério Público Federal (MPF), a OAS destinou ao ex-presidente um
apartamento triplex, em Guarujá (SP), fez reformas neste mesmo imóvel e também
pagou a guarda de bens de Lula em um depósito da transportadora Granero.
O MPF denunciou
o ex-presidente por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em 14 de setembro
2016. Seis dias depois, a Justiça aceitou a denúncia, e Lula e outras sete
pessoas viraram réus. Entre eles, estava a ex-primeira-dama Marisa Letícia, que
morreu em fevereiro deste ano e teve as acusações arquivadas por Moro.
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Manifestantes fazem ato em apoio ao ex-presidente Lula em praça no centro de Curitiba |
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Manifestantes fazem ato em defesa da operação Lava Jato em Curitiba |
Desde que foi
denunciado, Lula tem negado o recebimento de propinas e o favorecimento da OAS
na Petrobras. A defesa diz que o MPF não tem provas que sustentem a denúncia.
Segundo
advogados, a mulher de Lula tinha uma cota no condomínio do triplex, mas a
vendeu quando a OAS assumiu a obra. Eles alegam que Lula e Marisa chegaram a
visitar o apartamento citado na denúncia porque planejavam comprá-lo – o que
acabou não ocorrendo. A defesa também nega irregularidades no apoio oferecido
pela empreiteira para guardar os bens do ex-presidente.
Em novembro do
ano passado, o ex-presidente prestou depoimento a Moro por videoconferência
como testemunha de defesa do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
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